Por trás de uma criança “difícil” há muito sentimento retraído
Por Izabelle Torres
Respostas ríspidas a perguntas corriqueiras, dificuldade de estabelecer uma conversa com a família, gritos de estresse ao ser contrariado e até um comportamento avesso a abraços e demonstrações de afetos. São muitas as características das crianças cujos pais consideram de “difícil” temperamento.
Lidar com altos e baixos de cada idade não é uma tarefa fácil. Entre conversas e teorias sobre a personalidade dos filhos, pais e mães terminam elogiando outras crianças e até verbalizando o desejo que seu filho fosse mais maleável e afetuoso.
O que muitas pessoas esquecem é que uma boa parcela do temperamento e do comportamento das crianças se deve justamente a conduta dos pais; a forma como lidam e conseguem interpretar o que se passa com seus filhos.
No artigo intitulado “Los niños difíciles y la emoción contenida”, a psicóloga e escritora espanhola Valeria Sabater, afirma que crianças difíceis precisam muito mais de atenção e compreensão do que de castigos e repreensão pelo mau comportamento. Diz ela: “Vamos supor que uma criança teve um mau dia na escola. Quando ele chega em casa, seus pais perguntam como foi o seu dia e ele responde de uma maneira muito ruim. Seus pais então, decidem castiga-lo e o colocam no quarto durante o resto da tarde. O que ganharam com isso? Conseguiram solucionar o problema? Em absoluto!”.
Para solucionar essas divergências, os pais devem tentar estabelecer conexões com seu filho “difícil”, mostrando que o compreende e apoia. Segundo a psicóloga espanhola, há várias formas de fazer isso. Ela sugere:
– Dê reforços positivos
Elogie seus acertos e de maneira alguma insista em recriminar seus erros ou comportamento. Crianças difíceis sofrem com baixa autoestima e isso pode piorar se os pais não derem o apoio necessário.
Lembre-se que palavras positivas geram sentimentos positivos e esses geram confiança.
– Não o compare com irmãos ou outras crianças
Tem pais que cometem o erro de comparar as crianças difíceis com outras de personalidade mais tranquilas. Esse tipo de atitude piora o comportamento da criança.
– Não interrogue ou insista em estabelecer conversa
É um desafio para os pais observar e encontrar o melhor momento para estabelecer uma conversa com o filho. O tom da sua voz é essencial para o diálogo.
-Ensine-o que cada emoção pode se transformar em palavras; que a tristeza pode ser compartilhada para alivia-la; que chorar não é ruim e que você sempre estará por perto para apoiá-lo.
Não esqueça que crianças difíceis exigem um maior nível de atenção, compreensão e criatividade por parte dos pais. Mas isso não quer dizer que haja distúrbios ou problemas com seu filho. Pode ser necessário apenas rever a forma como os pais estabelecem a relação e o diálogo com essa criança.
*Referência: Valéria Sabater, Los niños difíciles y la emoción contenida”, publicado em La mente es maravillosa. Tradução livre.
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